33 aprendizados dos meus 33
7 min readApr 24, 2024
33 aprendizados dos meus 33 anos
Um apanhado do que a vida me ensinou até agora.
Esse ano vou fazer 33 anos e passei por um processo de maturidade forte, tanto por escolhas que fiz quanto por energias que o universo me trouxe. Nos últimos meses dei um mergulho no retrovisor lembrando das minhas fases, dos tombos e dos acertos, das alegrias e das lágrimas, e quis trazer aqui os principais aprendizados destas treino décadas vividas de forma tão intensa.
- Ainda tenho 23 anos. Sou todas as minhas versões antigas, encaixadinhas dentro de mim como pequenas matrioskas. Lembrei da fala de Oscar Wilde “O pior de envelhecer é que não se envelhece”. Ainda me sinto uma menina. A de 14 anos que achava que nunca ia arranjar um namorado. A de 17 foi fazer mochilão na Europa com as melhores amigas e conheceu seu primeiro namorado, a de 20 foi morar em Paris, viveu romances e a de 23 se casou. A de 28, contra tudo e todos se divorciou. A de 32 enfrentou a maior barra pessoal com o amadurecimento. Ainda quero colo de mãe e pai. Sou a soma de todas estas versões.
- Mas gosto bem mais de ter 32. Estou descobrindo que esta idade traz consigo mais maturidade e tranquilidade. Estou mais feliz na minha pele — e isso compensa toda a perda de colágeno.
- Ser fiel a minha autenticidade. Demorei muito para entender que o tipo de criação que tive me colocou em uma caixinha, em que eu só seguia e vivia de acordo com o que era esperado de mim. Consegui me desvenciliar. Aprendo a cada dia que me mantenho leal quem sou. E isso se torna um ciclo vicioso que aprendo e aprendo ainda mais sobre mim mesma.
- Viajar. Viajar é o grande prazer da minha vida, tenho rodinha nos pés. Seja sozinha, com marido, namorado, amigas, pais. Aprendo, conheço pessoas novas, culturas novas. Viajar é uma expansão da alma.
- Música, esporte e sol transformam qualquer dia ruim. Se o clima anda difícil, gosto de colocar o fone e botar Madonna ou Fleetwood Mac no último volume e cantar, gritar, dançar sozinha. Serve Queen e Beyoncé também. Seja 15’, 30’ de esporte e/ou sol transformam o dia; além de liberar endorfina e a garantir vitamina D. Descobri que não dá pra cantar, tomar sol, praticar esportes e dançar sem um sorriso no rosto.
- Tenho cada vez menos medo de desapontar os outros. O que quero mesmo é priorizar de verdade aqueles que amo e que são importantes para mim. Agradar todo mundo é impossível — mas lutar para cuidar dos meus amores é fundamental.
- Agora, amizade não pode ter cobrança. Eu odeio a coisa do “tô em falta com você”. A vida é intensa e corrida demais para todo mundo — e tá tudo bem. A cobrança deixa tudo mais tenso e rígido — e o que quero com minhas amizades é leveza, carinho e apoio.
- Dito isso: amigas são tudo. Para dançar em cima da mesa, para um áudio de 5 minutos via WhatsApp, para uma ligação de repente no meio do dia. Minhas amigas são meu barco salva-vidas, meu conforto e regulação de humor. Para rir e chorar, gritar e gargalhar, muitas vezes tudo junto ao mesmo tempo.
- Ter tempo para mim na minha rotina é vital. Aprendi que se não reservar um momento MEU na rotina para conseguir fazer uma massagem, alguma aula ”extra curricular” e exercer a minha criatividade, a vida vai perdendo a cor. Óbvio que não dá todo dia, mas a constância é aquilo que faz a diferença e que transforma o hábito em algo vital.
- O meu café da manhã é sagrado. Meu dia não começa sem meu ritual do café da manhã, é sagrado.
- Organizar os gastos no final do mês é uma chatice, mas é vital para ter controle nessa vida. Ainda não aprendi.
- Ter um checklist me ajuda a dar conta de tudo e sempre me lembro que as coisas saem do controle e do planejado. A cabeça foi feita para pensar, e não para lembrar das coisas. . E tá tudo bem. Um checklist completo e mil planilhas. A única certeza é que tudo vai se desdobrar diferente do planejado.
- Viver um dia após o outro. Eu estou aprendendo agora que a vida nada mais é do que a sucessão de momentos. Valorizar e apreciar os bons, por menores que sejam, é a chave para um dia feliz, uma semana feliz, uma vida feliz.
- E lembrar: os maus momentos também passam. Tudo passa e nada dura para sempre. Na hora do loop da montanha russa em que tá tudo de cabeça para baixo, é fundamental lembrar que aquilo também vai acabar em algum momento.
- Yoga. Tenho tido dificuldade de praticar nos últimos tempos, mas toda vez que retomo, lembro como é bom. É na yoga que me lembro a não me apegar demais aos meus pensamentos: eles passam, assim como os bons e os maus momentos.
- Trocar o salto pela rasterinha. A pandemia libertou tanta gente do salto alto e eu fui uma delas. Como é libertador poder andar de pés firmes por aí.
- Maquiagem e uma roupa bonita me colocam num outro astral. Quando estou para baixo, faço questão de me arrumar, mesmo se for para trabalhar de casa. Passar um rímel é tão importante para mim quanto arrumar a cama.
- Cheiro é meu sentido mais aguçado. Um spray no travesseiro, perfume, velas, incenso, óleo de lavanda é tudo nessa vida. Não saio de casa sem meu mini perfume — sinto um prazer único de apontar o vidro de perfume para cima, dar duas borrifadas e deixar as gotinhas caírem em mim.
- O ótimo é inimigo do bom. Meu pai nos ensinou que feito é melhor que perfeito. Não tenho mania de perfeccionismo, pelo contrário: o que gosto mesmo é de produzir e colocar na rua.
- Não vai dar pra dar conta de tudo — e a casa não cai. Tudo bem pedir delivery no dia que não deu para fazer as compras. Tudo bem deixar a cama sem arrumar de vez em quando, ou atrasar a entrega de um trabalho no mestrado. A vida é dinâmica mesmo — e estou aprendendo a não levar tudo tão a sério.
- Aproveitar o tempo com a família é um enorme privilégio. Sou muito família e grudada nos meus pais, avós e tios. Cada momento que tenho com eles é um tesouro.
- Família também é algo que a gente constrói. Aprendi o conceito de fictive family: a família estendida que não é composta por laços de casamento ou sangue. São os amigos que viram parte da sua família — e eles são fundamentais.
- Saber desligar dos problemas por algumas horas ou dias e aproveitar as coisas boas é um ato de sabedoria. Fugir um pouco nem sempre é algo ruim, é algo ótimo, se não, a vida fica muito pesada!
- Não sou muito de turmas. Prefiro ter poucas e grandes amigas.
- Não dormir brigado é um conselho besta. Acontece. Às vezes a briga atravessa a noite e tá tudo bem. Aprendi que ir dormir chateada e ter uma noite ruim de sono me ajuda a ter perspectiva e perceber, no dia seguinte, que nem tudo precisa virar motivo de briga.
- Trocar ”FOMO” POR “JOMO”. Antes eu não conseguia não me “”entupir” de programas, emendar uma coisa na outra — era sinal de produtividade. Conforme os anos comecei a apreciar intervalos e a selecionar do que quero participar, o que me energiza, o que me consome e hoje sinto prazer na minha companhia e desses intervalos. Isso sim é produtividade, como diz Cal Newton — vale a pena ler seu livro “Slow productivity”.
- Saber pegar leve comigo mesma é uma arte que estou tentando dominar. Sempre fui muito dura comigo e carrego culpas monstruosas que hoje sei que não me pertencem. Mas estou percebendo que consigo desconstruir este peso todo — e que a leveza que sinto transborda para meus relacionamentos. Todo mundo ganha.
- Preciso de bolsas pequenas. Tem que caber celular, mini perfume, remédios, meu …corretivo e bronzer. Amo ser prática.
- Aprender SEMPRE. Tenho um lema de vida “só sei que nada sei” — Sócrates. Acredito que o aprendizado contínuo é um ativo que ninguém tira de você. Seja um livro, filme, conversa, curso — cultura é parte da minha essência.
- Levar sempre um caderninho e uma caneta. tablet ou computador não são substitutos de um bom e velho caderninho. Aprendi que entendo melhor se anoto tudo — inclusive as minhas dúvidas para tirar no final da reuniao, palestra, aula, etc. Sem escrever, me perco e acabo esquecendo do fundamental. (Vale para outros momentos também). Uma das melhores coisas que faço às vezes é de noite, antes de dormir, escrever sobre meu dia, sentimentos, conquistas, derrotas, anseios. Preciso tornar isso um hábito.
- Conseguir rir das besteiras e dos erros do passado é um ato de sabedoria. Somos todos idiotas em vários momentos da vida. Olhar para trás e dar risada é transformador.
- Parar de lutar contra a realidade é o que me permite andar para a frente. Isso não quer dizer que devemos ser conformistas, não é sobre isso. Mas sim entender que as coisas são do jeito que são — e reconhecer isso é o passo fundamental para aprendermos a lidar com elas e tentar transformá-las.
- Por fim: só conhecemos a força que temos quando a vida exige ela de nós. A cada dia que passa penso “sou muito mais forte do que imaginava”.